Fazer parte destes caminhos e, lado a lado, com o outro embarcar num processo exploratório, de reflexão e reestruturação é, para mim, muito enriquecedor, enquanto psicóloga. A complexidade do ser humano traz uma imensidão de possibilidades, que se vão tecendo, criando e alterando, nas flutuações que, à vida, são inerentes. Involuntárias ou não, as mudanças vão acontecendo na dança que é a vida, que tem os seus momentos e fases, amores e desamores. E, quando, aqui, falo de amores e desamores, não me reporto exclusivamente à vida amorosa, mas a tudo aquilo que nos pode apaixonar, entusiasmar, desiludir, frustar, entristecer, assustar ou mesmo enfurecer... Nem sempre aquilo que se encontra em redor é o que se esperava, nem sempre é o que se achava que se precisava, nem sempre se está bem. Enquanto profissional, promover e acompanhar o processo de reestruturação e estabelecimento é, sem dúvida, desafiante, mas gratificante e apaixonante, também. Em psicoterapia, procura-se aceder a recantos nunca ou pouco olhados, juntar peça a peça ou reorganizar as peças, até então, baralhadas e facilitar um processo transformador, em que o outro se possa conhecer melhor a ele e ao mundo e aprender a adaptar-se às adversidades e dificuldades, procurando novas formas de pensar e reagir. É, aqui, que eu e a corrente de Psicologia Cognitivo-Comportamental nos encontramos, a abordagem principal por que rejo o meu trabalho, sem descurar práticas alternativas e complementares, dentro da Psicologia, que se acrescentam e enriquecem a minha intervenção.